
Quatro governadores de direita cotados à Presidência da República nas eleições de 2026 já se manifestaram contrários à prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Nessa lista está o governador do Paraná, Ratinho Jr (PSD). Contudo, ele não defende abertamente a ideia de anistia a Bolsonaro, ao contrário dos outros da lista.
Bolsonaro foi preso por tentar aplicar um golpe de Estado. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), oficializou na terça-feira (25), a condenação definitiva 27 anos e 3 meses de prisão pela trama golpista. O ex-presidente cumprirá a pena na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde está preso preventivamente desde sábado (22), após ter violado a tornozeleira eletrônica com um ferro de solda.
Além de Ratinho Jr, outros três governadores aparecem como possibilidades para a corrida presidencial do próximo ano: Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, Romeu Zema (Novo-MG) de Minas Gerais, e Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), de Goiás.
O governador paranaense classificou a prisão como uma insensibilidade do STF e pregou a pacificação do país, mas sem dizer como. O termo “pacificação” tem sido utilizado pelos bolsonaristas para tentar avançar com o projeto da anistia no Congresso Nacional. “A população não está feliz com a perseguição a um ex-presidente. O Brasil precisa virar a página do ódio, do atraso, da briga e escrever um novo tempo”, disse Ratinho em setembro, logo após Bolsonaro ser condenado pelo STF.
Tarcísio nega publicamente a pretensão de se lançar à Presidência, mas já declarou que concederia anistia ao ex-presidente no primeiro dia de governo, caso fosse eleito. “Na hora. Primeiro ato. Porque eu acho que tudo isso que está acontecendo é absolutamente desarrazoado”, disse Tarcísio ao Diário do Grande ABC em agosto.
Caiado fez promessa semelhante: “No primeiro dia, vou assinar anistia ampla, geral e irrestrita para todos [os condenados] do 8 de Janeiro, incluindo o Jair Bolsonaro”, disse o governador goiano em setembro. “Eu sei dos compromissos que faço e da responsabilidade que tenho. Eu não uso demagogia, eu falo na anistia para pacificar o Brasil”, acrescentou ele.
Zema, em entrevista à Folha de S.Paulo no mês de junho, também declarou que concederia anistia a Bolsonaro. “Não foram concedidos indultos a assassinos e sequestradores aqui, durante o que eles chamam de ditadura? Agora você não vai conceder?”, questionou ele, tratando como questão de interpretação a repressão da ditadura militar (1964-1985), que perseguiu, torturou e matou opositores políticos.
Flávio
Em junho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente, disse à Folha de S.Paulo que o pai só apoiaria um candidato que concedesse um indulto a ele e que também brigasse no STF por isso, se necessário. Até sábado, Flávio era tratado como possível herdeiro do pai na eleição presidencial em 2026. Mas o nome do senador perdeu força após ele ser implicado em situações que justificaram a prisão de Bolsonaro, como a convocação de uma vigília em frente ao condomínio onde o ex-presidente cumpria prisão domiciliar.
Após visitar o pai nesta terça, Flávio disse que o próprio Bolsonaro pediu que ele insistisse com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para que pautem o projeto da anistia.
Fonte Bem Paraná