
Curitiba pode se tornar em breve a Capital do Sul do Forró. Pelo menos é isso o que pretende a vereadora Vanda de Assis (PT), que apresentou à Câmara Municipal de Curitiba (CMC) um projeto de lei para reconhecer e fortalecer ainda mais a força do forró como expressão artística na cidade.
A ideia, explica a vereadora, é institucionalizar uma identidade cultural construída ao longo de mais de quatro décadas, integrando políticas públicas de promoção cultural e ampliando o reconhecimento do forró no cenário local. A matéria abrange manifestações culturais como festivais, apresentações musicais, aulas de dança, feiras temáticas e outras expressões ligadas à cultura nordestina (005.00685.2025).
Além de declarar oficialmente Curitiba como a Capital do Sul do Forró, entretanto, o projeto também prevê ações de incentivo à difusão do forró, apoio a grupos culturais, articulação com a economia criativa e promoção de eventos formativos e turísticos destinados a ampliar sua visibilidade. Ademais, o texto também autoriza a formação de parcerias com o objetivo de estruturar roteiros culturais integrados que aproximem linguagens artísticas, tradições populares e potencial econômico associado ao forró.
‘Gesto de valorização da diversidade cultural’
Em sua justificativa, Vanda de Assis argumenta que o forró é uma ‘realidade cultural vibrante’ que se consolidou ao longo de mais de quatro décadas no município. Isso ocorreu com participação da comunidade nordestina que vive em Curitiba. Assim, a aprovação da iniciativa seria, também, um gesto e valorização da diversidade cultural e de estímulo ao direito à cidade.
Ainda segundo ela, nordestinos foram vítimas de discriminação em Curitiba em décadas passadas, enquanto a consolidação do forró seria um gesto simbólico de reparação histórica. Por isso mesmo, a parlamentar argumenta que “a jornada do forró […] é uma poderosa narrativa de superação” e, ao longo dos anos, tornou-se exemplo de integração social: “é a arte vencendo os preconceitos”.
A história do forró em Curitiba
O documento reconstrói a trajetória do ritmo na capital desde os anos 1980, destacando pioneiros como Maerlio “Ceará” Barbosa, Bebé Baiano e Mestre Pita, além de espaços emblemáticos como o antigo Calamengau, que deram forma às primeiras cenas do forró curitibano. O projeto também menciona que escolas de dança, coletivos culturais, trios regionais e festivais hoje configuram um ecossistema cultural estruturado, com programação contínua e relevante participação pública.
Ainda segundo a vereadora, Curitiba ganhou reconhecimento nacional com grupos e eventos locais, como a premiação do grupo Fuá de Latada no Festival Nacional Forró de Itaúnas (FENFIT) e a projeção do evento Forró da Lua Cheia, que reúne artistas de destaque e público médio de cerca de 800 pessoas por edição. Esses elementos demonstram que o forró movimenta setores relacionados à economia criativa, como gastronomia, turismo, hotelaria, artesanato e produção musical, com potencial para ampliar a geração de emprego e renda.
Cultura, turismo e desenvolvimento local
De acordo com o projeto, o reconhecimento de Curitiba como Capital do Sul do Forró poderá reforçar a integração entre cultura, turismo e desenvolvimento local. Isso estimularia a criação de festivais, oficinas culturais, circuitos temáticos e eventos permanentes. A autora argumenta que a iniciativa também contribui para ampliar ações educativas e comunitárias, ao aproximar diferentes gerações de práticas culturais e promover espaços de convivência.
Fonte Bem Paraná