A Câmara dos Deputados preservou o mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Ela está presa na Itália, onde aguarda uma decisão sobre a extradição ao Brasil. O placar da votação foi de 227 a 170, com 10 abstenções. Eram necessários 257 votos para que a perda de mandato fosse confirmada. A votação se encerrou à 0h45 desta quinta-feira (11).
Durante a sessão, o deputado federal Marcel Van Hattem (PL-RS) chegou a propor a substituição da cassação por uma suspensão de seis meses. O mesmo que ocorreu no caso do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) votado anteriormente. Contudo, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PI), disse que o que estava em votação era a perda ou a manutenção do mandato, nada além disso.
Mais cedo, o caso da deputada foi analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara, com o placar de 32 votos a favor da perda de mandato e 27 contrários.
Na CCJ, a deputada participou de forma remota, e seu filho estava presente na comissão. “A justiça que eu peço hoje é a justiça para que o Parlamento continue sendo honrado. […] Eu fui a primeira pessoa que levantou a voz contra a ditadura do Supremo Tribunal Federal”, disse.
O caso
O caso envolve a condenação de Zambelli, em maio, à perda de mandato e a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com ajuda do hacker Walter Delgatti Neto, que também foi condenado.
Após a condenação, ela fugiu do país, passando pela Argentina e Estados Unidos antes de desembarcar na Itália. Depois de cerca de dois meses foragida, Zambelli foi presa na Itália no fim de julho.
Ela ainda foi condenada pelo STF em outra ação, por empunhar uma arma para perseguir um homem pelas ruas de Sâo Paulo. A ocorrência foi em 29 de outubro de 2022, na véspera do segundo turno da eleição presidencial na qual Luiz Inácio Lula da Silva (PT) derrotou Jair Bolsonaro (PL).
Fonte Bem Paraná
